Há muito tempo as hidrelétricas brasileiras não tinham produzido tão pouca energia como no último mês de julho.
De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema, o ONS, as hidrelétricas produziram 34.489 megawatts-médios no sétimo mês do ano, o menor nível desde fevereiro de 2002 - naquele ano, o nosso país também enfrentava uma crise hídrica.
Em contrapartida, no mês de julho foi registrado recorde na geração de energia por usinas termelétricas - que é uma energia mais cara - e o brasileiro sabe disso, porque os custos mais altos para produzir são repassados para o consumidor, que sente no bolso tendo que pagar contas de luz mais caras.
De acordo com o ONS, no mês de julho as termelétricas geraram 18.625 megawatts-médios - a maior quantidade já registrada na história para o período de um mês.
Reflexo direto do agravamento da crise hídrica nos últimos meses. Para se ter uma ideia, a geração pelas termoelétricas poucos meses antes foi metade disso: 9.341 megawatts-médios no mês de março.
E o recorde anterior, para registro, era de outubro de 2017, quando a geração de energia por meio de termelétricas ficou em 17.711 megawatts-médios.
Como as hidrelétricas Sistema Interligado Nacional se mantêm, de forma geral, em níveis muito, muito baixos, a tendência é que os próximos boletins divulgados pelo ONS, sobre a produção de energia no país, revelem números ainda altos sobre a geração pelas termelétricas em agosto e setembro, por exemplo.