Casos de violência doméstica poderão ser denunciados em farmácias.
O Conselho Nacional de Justiça e a Associação dos Magistrados Brasileiros lançam nesta quarta-feira, 10 de junho, a campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica.
A ação conta também com a parceria da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Dados revelam que a violência contra a mulher aumentou em meio à pandemia.
Em abril, quando as medidas de isolamento social impostas para conter a pandemia do novo coronavírus já duravam cerca de um mês, a quantidade de denúncias de violência contra a mulher recebidas pela central 180 cresceu quase 40% em relação ao mesmo mês de 2019, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Para comparação, antes da pandemia, em fevereiro, o crescimento registrado, na comparação com o ano anterior, tinha sido de menos de 15%.
Apesar dos chamados para a central 180 terem aumentado, autoridades sabem que muitos casos acabam não sendo denunciados.
Muitas vezes, a vítima, acuada pelo agressor, fica sem conseguir ajuda – com o confinamento, esse tipo de situação se agravou.
A campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica tem por objetivo ampliar as possibilidades de pedido de ajuda.
Bastará à mulher vítima de violência mostrar um X vermelho na palma da mão, que pode ser feito com batom ou caneta, por exemplo, para que o atendente ou o farmacêutico entenda que se trata de uma denúncia.
Pelos protocolos, a polícia será acionada e a vítima, acolhida com segurança.
O atendente ou farmacêutico serão apenas comunicantes; não terão responsabilidade de figurar como testemunha da ocorrência.
Cerca de 10 mil farmácias de todo o país são parceiras na iniciativa.